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A 31a Bienal de São Paulo como exposição
20.06.2014
À medida que se aproxima a data de abertura da 31a Bienal de São Paulo, é possível imaginar como os projetos e obras ficarão juntos no espaço e como podem se conectar entre si.


Modelos para a 31a Bienal | Cortesia: Estúdio Oren Sagiv


A 31a Bienal de São Paulo como exposição

À medida que se aproxima a data de abertura da 31a Bienal de São Paulo, o foco se concentra na construção da exposição no pavilhão do Parque do Ibirapuera e no trabalho com os artistas e suas novas produções. Nesta etapa é possível imaginar como os projetos e obras ficarão juntos no espaço e como podem se conectar entre si. Este segundo comunicado à imprensa se destina ao conteúdo da exposição e a complementar o primeiro, que esboçava os pontos de partida conceituais da 31a Bienal. Em agosto, um terceiro comunicado informará a relação completa de participantes, a programação de conversas, exibições e discussões.

 

Projetos, obras, arquitetura e participantes

1. Uma palavra sobre “projetos”

A parte expositiva da 31ª Bienal conterá mais de 70 projetos, cerca de 100 participantes e 250 trabalhos. A palavra “projeto” visa criar uma distância da ideia tradicional de uma obra autônoma realizada no ateliê por um artista. Ao empregar esta palavra, pode-se introduzir uma gama mais ampla de práticas culturais contemporâneas, e incluir pessoas que trabalham em outras disciplinas: como pedagogos, arquitetos, sociólogos e performers. O termo também serve para estimular a colaboração e trabalhos transdisciplinares entre os participantes. Cada projeto é uma contribuição independente mas pode consistir em obras de autoria individual ou coletiva. Mais da metade dos projetos foram feitos especificamente para esta Bienal, muitos por artistas internacionais que produziram trabalho em residência na cidade de São Paulo e a partir de viagens pelo Brasil.

 

2. Arquitetura: o pavilhão dividido

Um aspecto crucial da 31a Bienal é a concepção do Pavilhão Ciccillo Matarazzo dividido em áreas distintas, cada uma com sua própria lógica arquitetônica e qualidades específicas. O andar térreo, chamado de Parque, está aberto à paisagem ao redor para se tornar um espaço para recepção, encontros e eventos, reforçando a dimensão pública da Bienal. A área Rampa adapta-se à verticalidade e à circulação em torno do acesso principal do pavilhão (a rampa), para criar uma série de espaços curvilíneos conectados por uma espiral monumental. Aqui, as obras e projetos são exibidos sem salas fechadas por paredes, e relacionam-se tanto vertical como horizontalmente. Já as Colunas articulam o maior espaço contínuo do pavilhão no segundo piso, dividindo-o em densidades de luz e sombra, ou som e silêncio, que criam uma diversidade de experiências. Uma pequena área central isola proposições artísticas e as três áreas entre si.

 

3. Densidades dos trabalhos artísticos

A interpretação da estrutura arquitetônica básica do pavilhão também serve como dispositivo organizacional fundamental na montagem da exposição e na relação entre os projetos. A ideia foi pensar em “densidades” que exploram diferentes aspectos das “coisas que não existem” referidas no título. Estas densidades são construídas ao redor de preocupações comuns aos projetos, criando um sentido de possível interconexão entre lugares e tempos diferentes. Por exemplo, a área Parque tem trabalhos de ativação pública, bem como espaços para encontros e discussões. No andar térreo da Rampa, o conceito é um espaço urbano compartilhado. O segundo piso reúne trabalhos relacionados ao conhecimento e novas possibilidades para contar histórias. O terceiro está associado às origens e formas de espiritualidade. Já a área Colunas conta com a presença de projetos que lidam com a ideia de jornada, trans- e de virada como meio de expressar a aspiração por uma sociedade diferente.

 

4. Participantes e projetos: enfrentando o presente

Embora o movimento moderno tenha uma história afetiva e fundamental no Brasil, ele não pode ser exclusivamente representativo de um presente vivo. Os critérios estéticos do modernismo e seu esforço rumo ao progresso não são salientes na 31a Bienal. Enquanto alguns projetos se referenciarão ao período, na maioria dos casos o moderno não é mais força motora para a pesquisa e trabalho dos artistas. Esta abordagem do passado recente significa que se pode estabelecer uma hierarquia diferente de fontes e inspirações, uma hierarquia que reconheça as possibilidades no pré-moderno e no não-moderno, ou na cultura espiritual e popular, para propor leituras diferentes das condições contemporâneas. Também significa que a influência da imaginação coletiva, ativismo social e conflito político é tão importante quanto a herança da prática artística para os artistas na 31a Bienal.

 

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