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Yochai Avrahami
25.02.2014
O artista israelense pesquisa atrocidades para a 31ª Bienal

Em meados de 2008, o artista israelense Yochai Avrahami criou um trabalho detetivesco. Seguiu os passos de Uziel Gal, o criador da metradadora Uzi, procurando investigar sua infância em Weimar, Alemaha, e as ligações de sua família com os preceitos teóricos e estéticos da Bauhaus. Longe de uma obra documental ou jornalística, o que Avrahami apresentou a partir da pesquisa foi uma seleção de objetos, fotos e depoimentos em que as barreiras entre real e ficcional são muitas vezes dissolvidas. A narrativa prevalece, apresentada com um tom de ironia que é uma das marcas principais do artista.

Nascido em Afula (Israel) em 1970, o artista vive e trabalha em Tel Aviv. Ao longo de sua trajetória, desenvolveu uma forma de contar histórias relacionadas ao povo judeu e a construção do Estado de Israel contemporâneo. Na obra In the Land of Gilead, Avrahami escolheu o formato de palestra ou performance para contar a história de Laurence Oliphant, uma figura importante para o estabelecimento da colônia judaica na região onde hoje se encontra o Estado de Israel. Em A Visit to Mount Zion os artistas organizam um passeio turístico, no qual guiam o público por pontos representativos da história da região do monte Sião. Utilizam-se, assim, de um formato turístico recreativo para promover um pensamento crítico e reflexivo.

Para a 31ª Bienal, Avrahami já antecipou que vai pensar sobre o contexto brasileiro. Em viagem de pesquisa, visitou o Memorial da Resistência e o Museu do Crime, em São Paulo, o Museu do Escravo, em Belo Horizonte, e o manicômio de Barbacena. As atrocidades vividas por aqui e a maneira como foram lembradas e documentadas o interessam especialmente.

por Gabriela Longman
imagens da instalação audiovisual UZI ©Yochai Avrahami

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