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Uma pesquisa
14.09.2014

2014
Lia Perjovschi

A prática de Lia Perjovschi é moldada por sua curiosidade sobre o contexto cultural, social e político da Romênia, país onde vive – um contexto que, como sua arte, mudou radicalmente no curso das últimas quatro décadas. Se as performances iniciais como Proba somnului [Teste do sono] (1988) denunciavam as tensões imputadas pela ditadura de Ceauşescu aos corpos e mentes dos romenos, Lupt pentru dreptul meu de a fi diferita [Eu luto por meu direito de ser diferente] (1993) evidenciava a luta para afirmar sua identidade como artista mulher em meio a uma recém-descoberta liberdade política e imperativos consumistas cada vez mais generalizados.

Ávida por preencher as lacunas de conhecimento operadas por anos de isolamento e censura, nos fim dos anos 1980 e durante a década de 90 Perjovschi colecionou publicações e objetos efêmeros sobre arte internacional recente e organizou encontros com outros artistas e intelectuais em seu ateliê em Bucareste. Esse projeto-instituição, inicialmente chamado Arquivo de Arte Contemporânea, em 1999 foi rebatizado de Análise da Arte Contemporânea por ela, ciente de que a economia do conhecimento no novo milênio clamava menos por acesso a informações do que por sua interpretação. O caráter subjetivo de seu arquivo passou ao primeiro plano em suas Timelines (My Subjective Art History from Modernism till Today) [Linhas do tempo (minha história da arte subjetiva do modernismo até hoje)] (1990-2004) e em Mind Maps/Diagrams [Mapas/diagramas mentais] (1999-), composições de texto manuscrito quase ilegível e imagens tiradas de livros ou da internet que demonstram seu entendimento não só da arte, mas também da cultura geral, da ciência e da política – uma pesquisa interdisciplinar que a artista concebe como um Museu do Conhecimento imaginário. Títulos como General Timeline 1: From Dinosaurs to Google Going China [Linha do tempo geral 1: dos dinossauros até o Google indo à China] (1997-2006) são indicativos de seu desejo quixotesco de saber, enquanto os diagramas The Rich People of the World [Os ricos do mundo] e Top Art Collectors [Os maiores colecionadores de arte] (ambos de 2009), que retratam apenas homens, revelam seu posicionamento político.

 

O mapa mental A Research [Uma pesquisa] apresenta um quadro congelado de sua pesquisa sobre o contexto e a história da Bienal a partir de seu ateliê em Sibiu, Romênia – uma imagem parcial e subjetiva daqui vista de lá. – HV

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