2014
Graziela Kunsch e Lilian L’Abbate Kelian
A revista Urbânia nasceu como um projeto coletivo do Núcleo Performático Subterrânea, grupo paulistano que realizava performances de rua radicais no início dos anos 2000 e, desde seu terceiro número, é de responsabilidade da artista Graziela Kunsch. A cada edição, a publicação elege um foco específico de investigação, experimenta diferentes estratégias editoriais e assume uma nova forma.
A quinta edição da revista está sendo produzida no contexto da 31ª Bienal e tem a historiadora e educadora Lilian L’Abbate Kelian como coeditora. Urbânia 5 publicará textos e experimentações em torno de projetos em educação que buscam reinventar a escola ou criar contraescolas; propor práticas de educação popular; realizar iniciativas descolonizadoras, de reconhecimento e difusão da história e da cultura afrodescendente e indígena; expor obras de artistas que têm inclinação pedagógica (ou mesmo antipedagógica); promover ações educativas em exposições de arte, entre outros temas. As editoras propõem pensar a educação de maneira contra- -hegemônica, crítica e emancipadora, e a forma da revista e a sua distribuição precisarão refletir essa intenção. O projeto gráfico é feito em diálogo com o artista e designer Vitor Cesar.
Em paralelo ao desenvolvimento da revista, Kunsch e Kelian realizam um curso de Autoformação de Educadores com um grupo de educadores e membros do Educativo da Bienal. Ele prevê atividades experimentais junto ao público e está estruturado em cinco eixos temáticos: 1) Acúmulo histórico (experiências em educação democrática); 2) Movimento (limites e possibilidades das políticas públicas); 3) Utopia (uma arquitetura aberta dos espaços educacionais e dos currículos); 4) Corpo (presença, performance e uma ética dos afetos); 5) Vocabulário (novas práticas pedem novos termos).
O lançamento da revista Urbânia 5 ocorrerá nas últimas semanas da Bienal, a fim de acolher uma avaliação do curso, uma observação das ações do projeto educativo da Bienal e dos desdobramentos de obras de outros artistas presentes na exposição cujo trabalho converge com o seu projeto editorial, como Pedro G. Romero, Imogen Stidworthy e o grupo Mujeres Creando. – GK/LAK