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A última palavra é a penúltima - 2
30.11.-1

2008/2014
Teatro da Vertigem

A passagem subterrânea da rua Xavier de Toledo tinha ficado fechada por mais de quinze anos quando o Teatro da Vertigem encenou ali pela primeira vez, em 2008, A última palavra é a penúltima, uma intervenção baseada no texto de Gilles Deleuze “O esgotado”. A passagem, localizada no centro de São Paulo, liga o Viaduto do Chá com a praça Ramos de Azevedo e costumava abrigar pequenas lojas que ofereciam produtos para turistas e locais. Em 2008, as lojas eram apenas vitrinas vazias para passantes inexistentes – uma cápsula do tempo em que os efeitos de implacáveis empreendimentos urbanos liderados pela desigualdade social e por interesses de classe podiam ser imediatamente sentidos.

Seis anos mais tarde, em sua revisão da peça para a 31ª Bienal, o Teatro da Vertigem mostra como as coisas pouco mudaram e, ao mesmo tempo, como novos fatores e forças podem sugerir um futuro diferente. Os atores e as telas de vídeo instalados nas mesmas vitrinas, em sua interação com o público para o qual a passagem novamente estará acessível, pretende lançar no visível o que a cidade tenta esconder, o que ela não mais deseja ver: condições de vida, o esgotamento que resulta do trabalho duro em que se envolve parte dos habitantes da cidade, ou mesmo os próprios indivíduos que ocupam seus espaços.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A última palavra é a penúltima – 2 talvez nos permita refletir sobre tais condições no momento em que ocorre uma redistribuição da visibilidade e das relações sociais na cidade de São Paulo e em todo o Brasil – efeito de estratégias contemporâneas de organização social que repercutem perfeitamente a abordagem coletiva e localizada da redação, produção e montagem do Teatro da Vertigem. – PL

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