Paulo Tavares: CONTRA-ESTADO
Uma mesa-redonda pública para discutir as relações entre práticas espaciais, culturas visuais, ecologia política e as ruínas do antropocenário.
12 de novembro (quarta-feira) de 2014 • das 18h30 às 21h30
Parte I: A arquitetura contra o Estado
Exibição de filme + conversa pública: The Mineral Geology of Genocide [A geologia mineral do genocídio] (Eyal Weizman e Paulo Tavares, 2013)
Espaço não é apenas a localização do conflito, mas os próprios meios pelos quais o conflito se desenrola. O ambiente natural e o construído configuram ferramentas de violência política, e por conseguinte, de resistência. Valendo-se de uma série de estudos de casos – das guerras humanitárias nos Bálcãs nos anos 1990, até as guerras sujas que devastaram as florestas da Mesoamérica e Amazônia durante a Guerra Fria –, essa mesa-redonda se dispõe a discutir a aliança há muito existente entre planejamento moderno e violência do Estado; o papel das culturas espaciais e visuais como “testemunhas materiais” de violação de direitos humanos e fundiários; e como a prática arquitetônica pode se engajar em um campo expandido de defesa espacial/midiático/político e ativismo que ultrapassa fronteiras institucionais e disciplinares – do ateliê para o campo, do curatorial para os tribunais legais de direito internacional.
13 de novembro (quinta-feira) de 2014 • das 15h às 18h30
Parte 2: Sobre as ruínas da Amazônia: espaços-de-exceção e a “Grande Aceleração”
Exibição de arquivos + mesa redonda
O impacto exponencial dos rastros da humanidade sobre o sistema Terra desencadeado durante as chamadas “décadas de desenvolvimento” da Guerra Fria, o ponto decisivo do qual foi lançado o que os cientistas do clima chamam de Grande Aceleração – “a mais rápida transformação da relação humana com o mundo natural na história da humanidade” –, foi acompanhado e estava intrinsecamente relacionado à execução de um generalizado estado-de-exceção em todo o Terceiro Mundo, que foi seguido por ampla destruição ambiental. Partindo de Brasília – o caso paradigmático de urbanismo colonial brasileiro –, esta mesa-redonda transita por arquivos fílmicos e cartográficos relativos ao moderno processo de colonização da Amazônia, mapeando as relações entre violência ambiental e política que reside na base da mudança pós-climática/condição pós-antropocenário contemporânea. À medida que enchentes e secas varrem o planeta, em última instância perguntamos: as Jornadas de Junho no Brasil, enquanto similares à ocupação da Praça Tahrir no Egito e ao movimento Yasuni no Equador, marcam o despertar de um terreno geopolítico/geofísico de lutas políticas pós mudança climática?
LINKS
http://www.forensic-architecture.org/case/guatemala-operacion-sofia
http://www.paulotavares.net/NHR/AS.html
http://www.worldofmatter.net/prologue-worldly-war#path=prologue-worldly-war
http://amazoniaurbana.tumblr.com